Dois documentários que abordam temas críticos da exploração e representação da natureza, transportando o público para as florestas da Galiza e de Portugal, assim como para as profundezas da Amazónia brasileira.

Selvagem, Selvagem, realizado por Emilio Fonseca, é uma imersão visual e auditiva nas florestas da Galiza e do norte de Portugal, um lugar onde a presença do lobo ibérico é ameaçada. Este documentário espanhol desafia a visão clássica da natureza, recusando-se a perpetuar a ideia de uma vida selvagem intocada e idealizada. Fonseca filma os lobos não como símbolos românticos, mas como criaturas acossadas, observadas com receio pelas lentes de uma câmara que se torna um instrumento de confronto. Em Selvagem, Selvagem, a presença humana e os lobos trocam olhares, refletindo uma relação de dominação e resistência. Em exibição nos dias 23 e 28 de novembro no Batalha Centro de Cinema pelas 19:00 e 17:00, respetivamente. 

Não Haverá mais História sem Nós, da realizadora Priscilla Brasil, traz uma perspetiva amazónica sobre o impacto do greenwashing e da exploração colonialista na floresta. Em parceria com outro realizador amazónico, Priscilla Brasil explora a persistente narrativa que vê a Amazónia como um “vazio demográfico”, uma terra para explorar sem limitações. Este filme-manifesto cruza Belém e Munique, expondo os vínculos entre o racismo, o preconceito e a exploração ambiental, refletindo uma luta pela autonomia da floresta e dos seus povos, que exigem ser reconhecidos na sua dignidade e identidade próprias. Em exibição nos dias 24 de novembro pelas 18:45 no Passos Manuel e dia 29 de novembro no Batalha Centro, pelas 21:00. 

Documentários que desafiam o público a reconsiderar a narrativa dominante sobre a natureza, oferecendo novas perspectivas sobre a preservação e o respeito pela diversidade natural e cultural.