Em 2019, o Porto/Post/Doc voltou-se para dentro — o que foi, na verdade, uma abertura ao exterior: à pluralidade de identidades que nos constituem. Como festival, olhar para dentro significou lançar luz sobre a diversidade que nos habita e projetá-la no escuro da sala de cinema. Trouxemos à cidade todos os tempos do cinema: longas, médias e curtas-metragens; documentários assumidos, ficções contaminadas, animações e múltiplas competições.
Antes de abrirmos as portas do Rivoli e do Passos Manuel, parámos para refletir — sem espelhos — sobre as nossas identidades e as do nosso público. Projetámos ideias, imagens, canções, cores, sons e silêncios numa edição desenhada em torno das questões identitárias: aquelas que nos acompanham desde sempre, e as que surgiram no turbilhão do nosso tempo.
Passados cinco anos a traçar rotas — com as periferias no centro e o mundo como horizonte —, o festival questionou, então: o que, em nós, define quem somos, individual e coletivamente? Que ligação existe entre a política das identidades e a formação de identidades politizadas? Que espaço habitamos quando não pertencemos a lugar algum?
Estas interrogações atravessaram toda a programação de 2019, com especial destaque para o Fórum do Real e para um programa paralelo dedicado a estas questões. Em palco, no ecrã e nos encontros informais, ofereceram-se nove dias de confronto com a diferença — que foi, também, um reencontro com outras formas de ser e de estar no mundo.
Entre 23 de novembro e 1 de dezembro de 2019, o Porto/Post/Doc ocupou vários espaços da cidade do Porto — Teatro Municipal do Porto - Rivoli, Cinema Passos Manuel, Planetário do Porto - Centro de Ciência Viva, Zero Box Lodge e Escola das Artes - UCP — e estreou-se, pela primeira vez, na cidade de Braga, com sessões no Espaço Vita e no gnration.